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Pedagoga, casada, 49 anos. Dizem que tenho dom de escritora, poetisa...mas tenho mesmo é paixão pela vida! Defendo aquilo que acredito ainda que para muitos, possa parecer loucura ou utopia. Abomino qualquer forma de preconceito, tenho defeitos como qualquer ser humano e qualidades inigualáveis. Sou romântica, sonhadora, corajosa e por vezes impulsiva! Tenho gana de viver e disposição para aprender. E em meio a tudo que já vivi, tiro conclusões positivas e esclarecedoras para escrever a minha história. Acredito sinceramente que quando queremos muito alguma coisa, o universo conspira a nosso favor! "Seja qual for o seu sonho - comece. Ousadia tem genialidade, poder e magia." (Goethe)... Resolvi criar este Blog para expressar melhor o meu mundo interior, minha visão sonhadora, realista e principalmente particular diante de assuntos diversos, sem me sentir dona da razão, até porque razão nunca foi o meu forte...Eu quero mesmo é ser feliz!!! :) Sejam todos muito bem-vindos ao "Mundo da Lú"!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

ERA URSO?

Tomei conhecimento deste texto no curso de Pedagogia, mais precisamente na Disciplina Currículos e Programas II. Achei super interessante na época. Resolvi compartilhar com vocês!

Era Urso ?

História original e ilustrações de FRANK TASHLIN
Tradução de ESDRAS DO NASCIMENTO


Era uma vez um urso que gostava muito de passear pela floresta. Um dia ele olhou para o céu e viu um bando de gansos voando para as zonas mais quentes.
As folhas das árvores haviam amarelecido e começavam a cair.
O urso sabia que o inverno estava chegando. Quando os gansos voavam naquela direção e as folhas caíam das árvores, era sinal de vento e neve. Ele precisava arranjar uma toca para se esconder.
E foi exatamente o que ele fez.

Dias depois, dezenas de homens entraram na floresta, carregando mapas enormes, binóculos e estranhos aparelhos. Andavam de um lado para o outro, faziam cálculos e pareciam muito ocupados.
 Depois chegaram outros homens. Traziam imensas pás, tratores e serras elétricas. Derrubaram árvores, cavaram buracos e transportaram a terra retirada em gigantescos caminhões.
Trabalharam bastante. Mudaram tudo de lugar. Quem ali chegasse não reconhecia a antiga floresta.
Uma grande fábrica foi construída em cima da toca onde o urso dormia.
As chaminés atravessavam a neve e soltavam fumaça para todos os lados.


então chegou primavera...

O urso acordou, espreguiçou-se, coçou o nariz e bocejou.
Ainda estava com muito sono.
Olhou a sua volta. A escuridão era grande, ele não podia ver quase nada.
Lá adiante, o urso viu uma luz. Bocejou de novo e caminhou.
Subiu os degraus, chegou à porta da toca e parou de repente.
O que era aquilo?
Onde estavam as árvores?
Cadê os pássaros? E as flores?
O que havia acontecido?
Aquilo tudo era muito esquisito. Ele não estava compreendendo nada. 
Olhou para os lados, com nervosismo. O que eram aqueles enormes edifícios? E aquelas chaminés soltando fumaça?

O urso fechou e abriu os olhos várias vezes. Pensou que estava sonhando. Beliscou-se no braço. Não, não estava sonhando. Infelizmente aquilo tudo era verdade.
Um vigia aproximou-se:

Ei, você aí! Que esta fazendo aqui no pátio? Vá trabalhar!
- Trabalhar? Eu? Por quê? Não sou operário. Sou apenas um urso.
- Urso? Essa é muito boa! Um urso! Ora veja!
O vigia soltou uma gargalhada.
- Deixe de conversa fiada e vá trabalhar!
O vigia não estava brincando. Queria mesmo que o urso fosse trabalhar.
- Olhe aqui! Ou você vai trabalhar agora mesmo, ou eu chamo o chefe. Troque de roupa, tome banho, faça a barba e vá trabalhar. Não quero gente suja aqui na fábrica. 
E levou o urso à sala do chefe. O urso continuou insistindo que era apenas um urso. E o chefe ordenou: troque de roupa, faça a barba, tome banho e vá trabalhar.

E foi levado ao gabinete do gerente. Deixe de conversa mole. Vá tomar banho, faça a barba e troque de roupa. Precisamos de você lá embaixo, na fábrica. Mas eu sou um urso…
Na sala do diretor as secretárias olharam com espanto para o urso. O diretor levantou-se e apontou para ele: – Basta de brincadeira. Vá trabalhar que é melhor. Troque de roupa, faça a barba, tome banho e pare com essa mania de querer passar por urso.
O vice-presidente já sabia da história do urso e estava furioso: – Você não é urso coisa nenhuma. Vou levá-lo ao presidente.
A sala do presidente era muito bonita. Havia cortinas nas janelas e quadros pendurados nas paredes. Atrás do urso, entraram na sala o vigia, o chefe, o gerente, o diretor e o vice-presidente. O urso apontou para trás: – Eu não queria vir, mas eles me trouxeram. Juro que sou um urso. O presidente sorriu: – Calma meu filho. Você está muito nervoso. Não precisa esconder nada. Sei que você não é um urso. Faça a barba, tome um banho, troque de roupa e vá trabalhar. – Mas eu sou um urso!
O presidente fechou a cara: – Deixe de bobagem. Você não é urso coisa nenhuma. E eu posso provar. Os ursos vivem nos circos e zoológicos, não vivem? Pois, então? Entraram todos no carro do presidente e foram ao jardim zoológico. 
Quando chegaram perto da jaula dos ursos, o presidente apontou para o urso e perguntou: – Ele é um urso ou não? Um urso que estava dentro da jaula respondeu: – Claro que não. Se ele fosse urso estaria aqui dentro, com a gente. O urso reclamou: – Mas eu sou um urso! Então, um filhote de urso aproximou-se das grades e gritou: – Você precisa é de um banho. Troque de roupa e vá trabalhar, vagabundo!
O presidente botou todo mundo no carro outra vez e foram para uma praça, onde havia um circo.

- Ele é ou não é um urso? Perguntou o presidente aos animais do circo.
Continuando a pedalar a bicicleta, um deles respondeu:
- Mas é claro que não! Se ele fosse um urso estaria aqui dentro do picadeiro e não aí fora. Ele precisa mesmo é de um bom banho!
O urso,
O presidente,
O Vice-presidente,
O Diretor,
O Gerente,
O chefe e o vigia saíram do circo e voltaram à fábrica.
E puseram o urso a trabalhar numa grande máquina, ao lado dos operários. E vários meses se passaram…
Mas um dia a fábrica fechou. Os operários foram para casa. O urso não tinha casa, mulher, nem filhos, e não sabia para onde ir. Caminhou horas e horas sem destino, até se cansar. Olhou então, para o céu. E viu um bando de gansos voando para os trópicos. As folhas das árvores começavam a cair. Lá adiante havia um buraco entre as raízes de uma grossa árvore. O urso pensou em esconder-se por lá. Mas quando chegou perto pensou: “Eu não posso entrar nessa toca. Não sou um urso. Sou apenas um homem preguiçoso, que precisa tomar banho, fazer a barba e trocar de roupa”.
Veio o inverno. A neve cobriu tudo. A floresta desapareceu embaixo dos flocos brancos. O urso tremia de frio. “Se eu fosse um urso…”, pensou.
A neve começou a virar gelo. O urso ficou triste. Sozinho sentado no meio da neve e do gelo, ele se lembrou com saudade do tempo em que trabalhava na fábrica: “Como era bom lá dentro… tudo tão quentinho…”
O frio foi piorando cada vez mais. O urso levantou-se com dificuldade, afastou a neve em redor e caminhou para a toca. Lá na certa haveria calor. Com muita dificuldade entrou na toca. O urso deitou-se bem lá no fundo, espreguiçou-se, bocejou, coçou a barriga. “Como está gostoso aqui dentro!”.  
De repente assustado, lembrou-se do vigia, do chefe, do gerente, do diretor, do vice-presidente e do presidente.  Preciso tomar banho, fazer a barba e trocar de roupa. E agora?
Deitou-se outra vez de costas, cochilou, dormiu e sonhou… que era um urso.



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