'' ... A mais bela ponte construída no planeta é a
distância entre um olhar e outro''
Amor,
é quando a paixão
não tem compromisso marcado.Não.
Amor é um exagero... Também não.
Um dilúvio, um mundaréu,
uma insanidade, um destempero,
um despropósito, um descontrole,
uma necessidade, um desapego?
Talvez porque não tenha sentido,
talvez porque não tenha explicação,
esse negócio de amor...
Não sei explicar!
é quando a paixão
não tem compromisso marcado.Não.
Amor é um exagero... Também não.
Um dilúvio, um mundaréu,
uma insanidade, um destempero,
um despropósito, um descontrole,
uma necessidade, um desapego?
Talvez porque não tenha sentido,
talvez porque não tenha explicação,
esse negócio de amor...
Não sei explicar!
Mario Alberto Campos de
Morais Prata (Uberaba MG 1946). Autor. Com um humor cáustico e vibrante,
baseado na observação de comportamentos e atitudes típicas da jovem classe
média, Mario Prata realiza textos marcantes e representativos de sua época,
como é o caso de Cordão
Umbilical, Fábrica de Chocolate e Besame Bucho. Extremamente conectado à
contemporaneidade, Prata não se restringe ao teatro, atuando como escritor,
teledramaturgista, cronista e articulista de jornais e revistas, e roteirista
de cinema.
Economista não diplomado, Mario Prata estréia no teatro com Cordão
Umbilical, em 1970, num espetáculo conduzido por José Rubens
Siqueira. Identificado com os padrões da chamada "geração de
69", enfoca o difícil enfrentamento do mundo das pessoas ligadas à
contracultura. O crítico Jefferson Del Rios dá boas vindas ao novo autor:
"Dono de uma linguagem fluente; viva, carregada de uma vibração que se
extravasa em contínuos trocadilhos e achados humorísticos, o autor faz um
primeiro ato de risadas, mostrando sua gente, cinco criaturas, quatro adultas e
um feto que se manifesta apenas no fim, inesperadamente, dando um tranco violento
na platéia... O Cordão
Umbilical é explosão de
vitalidade, esta densa, ainda imperfeita e entusiasmante vitalidade que se
derrama sobre o teatro brasileiro. Deve ser visto".
Em 1971 apresenta E Se a Gente Ganhar a Guerra?, divertida
comédia dirigida por Celso Nunes,
anunciando seu estilo mais recorrente, a sátira mordaz e cheia de irreverência.
Retorna aos palcos apenas em 1979, com uma das marcantes criações do teatro de
resistência: Fábrica
de Chocolate, abordando o ritual da tortura a operários pelos órgãos da
repressão, encenação de Ruy Guerra. Sobre essa montagem, comenta a crítica Mariângela Alves
de Lima: "Com atraso, e ainda com muita dificuldade, o teatro
começa a recuperar uma função que lhe foi interditada: a de contar para os
espectadores os fatos mais urgentes e terríveis da nossa história presente.
Nesse sentido a peça de Mario Prata não é a primeira que os espectadores
paulistas viram este ano. Mas é, sem dúvida, a mais nítida, a mais profunda e é
provavelmente o passo mais largo em direção a um teatro renovado, a um teatro
que cumpre até o limite máximo toda a sua potencialidade".
Com Dona Beja, em
1980, apresentada por Paulo César Bicalho no Palácio das Artes de Belo
Horizonte, volta-se para um tema mineiro. A amizade de dois amigos, da
adolescência à idade madura, é o tema de Besame
Mucho, seu maior sucesso de público, originalmente encenada em 1982
por Roberto Lage,
em São Paulo. O enredo, oscilando do bom humor às observações sensíveis sobre o
universo da masculinidade interiorana, aproxima-o do tom confidencial
observável nessa década. Por ocasião de uma montagem do texto levada ao
Uruguai, observa o crítico Yan Michalski: "Besame Mucho mostrou ao público um outro tipo de
reflexão política, não mais aquela que se ocupa explicitamente das
instituições, mas a que estuda as repercussões do ambiente repressivo no
comportamento cotidiano do homem comum. A peça de Mario Prata fez enorme
sucesso, e sua presença revelou-se oportuna, pois o seu humor malicioso e a
franqueza com que ela aborda os problemas sexuais da geração nascida nos anos
40 repercutiram como uma sensação muito polêmica no meio dos costumes
conservadores e reprimidos da capital uruguaia".
Salto Alto,
centrada sobre a vida de uma vedete dos anos 50, é criada em 1983 por Nitis
Jacon e seu grupo Proteu, de Londrina, retomando a comédia. No ano seguinte,
traz à cena Purgatório, Uma Comédia Divina, novamente com Roberto Lage,
voltando a explorar a comédia de costumes e as personagens da classe média
urbana. Ainda em 1984, em Papai & Mamãe - Conversando sobre Sexo,
aproveitamento de cartas de consulentes da sexóloga Marta Suplicy, os
resultados não são tão satisfatórios.
Alguns textos seus permanecem inéditos: O Caminho da Roça, escrita em
1990; Pilatos: Vida e Obra,
adaptação da obra homônima de Carlos Heitor Cony, de 1991, e Rê Bordosa, Vida e Morte de uma
Porra loca, adaptação dos quadrinhos de Angeli, em 1997.
Para a TV, Prata escreve inúmeras novelas, casos especiais e minisséries.
Seu maior sucesso pessoal é de 1976, Estúpido
Cupido, abordando a vida de adolescentes no interior paulista, apresentada
na TV Globo. Entre outros sucessos, destacam-se: Sem Lenço e Sem Documento, de
1978; Dinheiro Vivo, de
1979; Avenida Paulista, de
1983; a minissérie A Máfia no Brasil, de
1984; e Helena, de 1987.
Como contista, articulista e cronista, escreve para os principais
periódicos do país, como Última Hora, Folha
de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, Visão, IstoÉ Senhor, Jornal da Tarde.
Tarso de Castro, Chico Buarque e Mário Prata
CRÔNICAS
Nenhum comentário:
Postar um comentário