Quem sou eu

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Pedagoga, casada, 49 anos. Dizem que tenho dom de escritora, poetisa...mas tenho mesmo é paixão pela vida! Defendo aquilo que acredito ainda que para muitos, possa parecer loucura ou utopia. Abomino qualquer forma de preconceito, tenho defeitos como qualquer ser humano e qualidades inigualáveis. Sou romântica, sonhadora, corajosa e por vezes impulsiva! Tenho gana de viver e disposição para aprender. E em meio a tudo que já vivi, tiro conclusões positivas e esclarecedoras para escrever a minha história. Acredito sinceramente que quando queremos muito alguma coisa, o universo conspira a nosso favor! "Seja qual for o seu sonho - comece. Ousadia tem genialidade, poder e magia." (Goethe)... Resolvi criar este Blog para expressar melhor o meu mundo interior, minha visão sonhadora, realista e principalmente particular diante de assuntos diversos, sem me sentir dona da razão, até porque razão nunca foi o meu forte...Eu quero mesmo é ser feliz!!! :) Sejam todos muito bem-vindos ao "Mundo da Lú"!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

AMADO JORGE AMADO



10/8/1912, Itabuna (BA)
                                            6/8/2001, Salvador (BA)

Jorge Leal Amado de Faria ou simplesmente Jorge Amado, foi um dos maiores representantes do ciclo do romance baiano. Este romancista brasileiro é um dos mais lidos no Brasil e no mundo. Com livros traduzidos para diversos idiomas, suas obras refletem a realidade dos temas, paisagens, dramas humanos, secas e migração. São 32 livros, traduzidos para 49 idiomas.   



 Jorge Amado com 1 ano de idade



Jorge Amado nasceu na fazenda Auricídia, em Ferradas, município de Itabuna. Filho do "coronel" João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado, foi para Ilhéus com apenas um ano e lá passou a infância e descobriu as letras. A adolescência ele viveria em Salvador, no contato com aquela vida popular que marcaria sua obra.

Alunos do colégio Antônio Vieira, em 1923. 
Jorge está na segunda fila, de baixo para cima, ao centro.



Aos 14 anos, começou a participar da vida literária de Salvador, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes, grupo de jovens que (juntamente com os do Arco & Flecha e do Samba) desempenhou importante papel na renovação das letras baianas. Entre 1927 e 1929, foi repórter no "Diário da Bahia", época em que também escreveu na revista literária "A Luva".

Os membros da Academia dos Rebeldes, em 1923. 
Jorge Amado é o terceiro da esquerda para a direita.


Estreou na literatura em 1930, com a publicação (por uma editora carioca) da novela "Lenita", escrita em colaboração com Dias da Costa e Édison Carneiro. Seus primeiros romances foram "O País do Carnaval" (1931), "Cacau" (1933) e "Suor" (1934).

Jorge Amado bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito no Rio de Janeiro (1935), mas nunca exerceria a profissão de advogado. Em 1939, foi redator-chefe da revista "Dom Casmurro". De 1935 a 1944, escreveu os romances "Jubiabá", "Mar Morto", "Capitães de Areia", "Terras do Sem-Fim" e "São Jorge dos Ilhéus".

Em parte devido ao exílio no regime getulista, Jorge Amado viajou pelo mundo e viveu na Argentina e no Uruguai (1941-2) e, depois, em Paris (1948-50) e em Praga (1951-2).

Voltando para o Brasil durante o segundo conflito mundial, redigiu a seção "Hora da Guerra" no jornal "O Imparcial" (1943-4). Mudando-se para São Paulo, dirigiu o diário Hoje (1945). Anos depois, no Rio, participaria da direção do semanário "Para Todos" (1956-8).

Em 1945, foi eleito deputado federal por São Paulo, tendo participado da Assembléia Constituinte de 1946 (pelo Partido Comunista Brasileiro) e da primeira Câmara Federal posterior ao Estado Novo. Nessa condição, foi responsável por várias leis que beneficiaram a cultura. De 1946 a 1958, escreveria "Seara Vermelha", "Os Subterrâneos da Liberdade" e "Gabriela, Cravo e Canela".

Em abril de 1961, foi eleito para a cadeira número 23 da Academia Brasileira de Letras (sucedendo a Otávio Mangabeira).


Na década de 1960, lançou os romances "A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água", "Os Velhos Marinheiros, ou o Capitão de Longo Curso", "Os Pastores da Noite", "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e "Tenda dos milagres". Nos anos 1970, viriam "Teresa Batista Cansada de Guerra", "Tieta do Agreste" e "Farda, Fardão, Camisola de Dormir".

Suas obras foram traduzidas para 48 idiomas. Muitas se viram adaptados para o cinema, o teatro, o rádio, a televisão e até as histórias em quadrinhos, não só no Brasil, mas também em Portugal, França, Argentina, Suécia, Alemanha, Polônia, Tchecoslováquia (atual República Tcheca), Itália e EUA. Seus últimos livros foram "Tocaia Grande" (1984), "O Sumiço da Santa" (1988) e "A Descoberta da América pelos Turcos" (1994).

Além de romances, escreveu contos, poesias, biografias, peças, histórias infantis e guias de viagem. Sua esposa, Zélia Gattai
, é autora de "Anarquistas, Graças a Deus" (1979), "Um Chapéu Para Viagem" (1982), "Senhora Dona do Baile" (1984), "Jardim de Inverno" (1988), "Pipistrelo das Mil Cores" (1989) e "O Segredo da Rua 18" (1991). O casal teve dois filhos: João Jorge, sociólogo e autor de peças infantis; e Paloma, psicóloga.

Jorge Amado morreu perto de completar 89 anos, em Salvador. A seu pedido, foi cremado, e as cinzas, colocadas ao pé de uma árvore (uma mangueira) em sua casa.

Jorge Amado ao lado dos filhos João Jorge, Paloma e a esposa Zélia Gattai




Obras: O país do carnaval, romance (1931); Cacau, romance (1933); Suor, romance (1934); Jubiabá, romance (1935); Mar morto, romance (1936); Capitães da areia, romance (1937); A estrada do mar, poesia (1938); ABC de Castro Alves, biografia (1941); O cavaleiro da esperança, biografia (1942); Terras do sem fim, romance (1943); São Jorge dos Ilhéus, romance (1944); Bahia de Todos os Santos, guia (1945); Seara vermelha, romance (1946); O amor do soldado, teatro (1947); O mundo da paz, viagens (1951); Os subterrâneos da liberdade, romance (1954); Gabriela, cravo e canela, romance (1958); A morte e a morte de Quincas Berro d'Água, romance (1961); Os velhos marinheiros ou o Capitão de longo curso, romance (1961); Os pastores da noite, romance (1964); Dona Flor e seus dois maridos, romance (1966); Tenda dos milagres, romance (1969); Teresa Batista cansada de guerra, romance (1972); O gato Malhado e a andorinha Sinhá, historieta (1976); Tieta do Agreste, romance (1977); Farda, fardão, camisola de dormir, romance (1979); Do recente milagre dos pássaros, conto (1979); O menino grapiúna, memórias (1982); A bola e o goleiro, literatura infantil (1984); Tocaia grande, romance (1984); O sumiço da santa, romance (1988); Navegação de cabotagem, memórias (1992). Em 1995 iniciou-se o processo de revisão de sua obra por sua filha Paloma e os livros ganharam novo projeto gráfico. Suas obras mais recentes foram "A descoberta da América pelos turcos", de 1994, e o livro-conto "O milagre dos pássaros", de 1997.



"Acho que você não deve fazer nada que não o divirta, lhe dê prazer. Também não deve exercer um ofício, uma profissão para a qual é incompetente."

 "Eu acho que o escritor verdadeiro é aquele que escreve sobre o que ele viveu."

 "Eu sou muito otimista, muito. O Brasil é um país com uma força enorme. Nós somos um continente, meu amor. Nós não somos um paisinho, nós somos um continente, com um povo extraordinário."

 "Na Europa, chamam-me de mestre, mas é caminhando pelas ruas de Salvador que eu me sinto à vontade."

"Um escritor aos 80 anos está começando a aprender a escrever." Obs.: Ao completar 80 anos, sobre o ofício de escrever.








segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A "COMUNICAÇÃO" VIRTUAL


SENTADO DIANTE DO COMPUTADOR, O PAI REFLETIA CALMAMENTE SOBRE OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS, QUANDO DE REPENTE O FILHO MAIS NOVO TENTOU PUXAR CONVERSA ONLINE...


- E aí, k reca! Blz?



Ele deu de ombros. 
Sabia que a Internet viera para encurtar distâncias, 
aproximar povos. 
Mas ali, diante do computador, 
não conseguia entender nada do que o filho queria 
dizer.



- Seu teclado deve estar com problemas, filho. 
Suas palavras estão faltando algumas letras...




- Q nada, mermão! Tá td ok.



- O que isso significa?



- Pow, brow! Use a kbça.



- Usar o quê!? Fala direito, Júnior!



- K cete, véio!



- Traduza, por favor.



- C guinte, brow...



- Júnior, pelo amor de Deus! Tente falar uma palavra 
por inteiro, por favor!



- Mermão...



- O que diabos é mermão, Júnior!!??



- PQP, koroa...



- Coroa é com “c”, Júnior. 
E o que diabos vem a ser pqp?



- S qce, pai.



- Olha aí, conseguiu! Pai está escrito correto, filho – 
ironizou.



- Vô C direto...



- Então comece escrevendo correto.



- Vô dar um rolé com a gta. Desenrola o K rro...



- Desenrolar o quê?



- Ah, tbm qro $, flw?



- Não conheço esse novo índice econômico. 
Qro!? 
Muito estranho para mim... 
E não sei o que diabos é flw...



- Ah, véi...



- Velho, Júnior. Velho.



- É a linguagem da galera, brow...



- Ah, tá, entendo. Quer dizer, entendo o porquê de 
não haver entendimento entre nós, filho.



- E aê? Rola a grana?



- Não posso filho...



- ?



- Seguinte: hoje vou sair no carango envenenado com 
uma cocota levada da breca, vou encontrar a minha 
turma supimpa pra dedéu. 
Estamos transando um lance de arromba, entende? 
Coisa assim, prafrentex. 
Resumindo: hoje vou estourar a boca do balão. 
Joinha?



- Q é isso! Pai?



- Qualé Juninho? É a minha linguagem, meu chapa.

(Autor Desconhecido)



http://linguadedoido.blogspot.com/2008_07_01_archive.html#9094879218655077210
 
O INTERNETÊS NA ESCOLA – MITO OU VERDADE?
"INTERNETÊS" - A LINGUAGEM DO MUNDO VIRTUAL
LINGUAGEM UTILIZADA NA INTERNET VIRA TESE DE DOUTORADO NA UNICAMP

domingo, 7 de agosto de 2011

ESPELHO



Quando o outro não faz é preguiçoso.
Quando você não faz... Está muito ocupado.
Quando o outro fala é intrigante.
Quando você fala... É critica construtiva.
Quando o outro se decide a favor de um ponto, é "cabeça dura".
Quando você o faz... Está sendo firme.
Quando o outro não cumprimenta, é mascarado.
Quando você passa sem cumprimentar... É apenas distração.
Quando o outro fala sobre si mesmo, é egoísta.
Quando você fala... É porque precisa desabafar.
Quando o outro se esforça para ser agradável, tem uma segunda intenção.
Quando você age assim... É gentil.
Quando o outro encara os dois lados do problema, está sendo fraco.
Quando você o faz... Está sendo compreensivo.
Quando o outro faz alguma coisa sem ordem, está se excedendo.
Quando você faz... É iniciativa.
Quando o outro progride, teve oportunidade.
Quando você progride... É fruto de muito trabalho.
Quando o outro luta por seus direitos, é teimoso.
Quando você o faz... É prova de caráter.
Quando você julga o outro... 
Se esquece que você é o outro para alguém!

(Autor desconhecido) 

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

BURLE MARX

O logotipo da página inicial do Google homenageia nesta quinta-feira, o arquiteto e paisagista brasileiro Roberto Burle Marx. A celebração é pelo aniversário de 102 anos do nascimento do arquiteto, em 4 de agosto de 1909.

Roberto Burle Marx foi um dos maiores paisagistas do nosso século, distinguido e premiado internacionalmente. Artista de múltiplas artes, foi também, desenhista, pintor, tapeceiro, ceramista, escultor, pesquisador, cantor e criador de jóias, sensibilidades que conferiram características específicas a toda a sua obra.



Nasceu em São Paulo, a 4 de agosto de 1909, passando a residir no Rio de Janeiro a partir de 1913. De 1928 a 1929 estudou pintura na Alemanha, tendo sido freqüentador assíduo do Jardim Botânico de Berlim, onde descobriu, em suas estufas, a flora brasileira.Seu primeiro projeto paisagístico foi para a arquitetura de Lúcio Costa e Gregori Warchavchik, em 1932, passando a dedicar-se ao paisagismo, paralelamente à pintura e ao desenho.


Sua participação entre as definições da Arquitetura Moderna no Brasil foi extremamente fundamental, Burle Marx atuou em diversas equipes responsáveis por vários projetos célebres. O terraço-jardim que projetou para o Edifício Gustavo Capanema é considerado um grande marco de ruptura no paisagismo brasileiro. Um projeto com definição por vegetação nativa e formas sinuosas, o jardim (com espaços contemplativos e de estar) possuía uma configuração inédita no país e no mundo.

Roberto Burle Marx foi um revolucionário do paisagismo e da jardinagem no mundo, que começou a cultivar mudas e coleções de plantas aos sete anos de idade e, ao final da sua vida, doou todo o seu acervo para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que transformou em museus o Sítio Burle Marx e o seu ateliê-escritório de arquitetura. Foi aluno de Cândido Portinari e professor de Lygia Clark. Seus projetos de mais de 2000 jardins fascinam pessoas ao redor do planeta, por retratarem com destaque a riqueza das formas e das cores vibrante da biodiverisidade tropical brasileira. O paisagismo tinha definição de arte, segundo Burle Marx, por envolver conceitos estéticos como cores, formas, volumes, texturas, composição. Os seus jardins incluem espécies exóticas dos biomas brasileiros, que se unem desenhadas pela sua mão de artista, nunca permanecendo os mesmos espaços ao longo do tempo, por ter incluído nos projetos as épocas de floração de cada planta e suas possibilidades de combinações.

Cronologia de Roberto Burle Marx

  • 1909 – nasce Burle Marx em 4 de agosto, em São Paulo
  • 1913 – Muda-se com a família para o Rio de Janeiro, onde fixam domicílio
  • 1928 a 1929 – Vive período na Alemanha com a família
  • 1930 a 1934 – Ingressa e frequenta a Escola Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro
  • 1932 – Primeiro projeto de paisagismo para a residência da família Schwartz no Rio de Janeiro
  • 1934 – Assume a Diretoria de Parques e Jardins do Recife, projeta praças e jardins públicos
  • 1937 – Cria o primeiro Parque Ecológico do Recife
  • 1949 – Adquire um sítio de 365.000 m2, em Guaratiba, RJ, onde abriga uma grande coleção de plantas
  • 1953 – Projeta os Jardins da Cidade Universitária da Universidade do Brasil, Rio de Janeiro
  • 1953 – Projeta o Jardim do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte
  • 1954 – Realiza o projeto paisagístico para o Parque Ibirapuera, em São Paulo, SP (não executado)
  • 1955 – Projeta o paisagismo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ
  • 1961 – Projeta o paisagismo para o Eixo Monumental de Brasília
  • 1961 – Paisagismo do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro
  • 1968 – Projeta o paisagismo da Embaixada do Brasil em Washington, D.C. (Estados Unidos) -
  • 1970 – Projeta o paisagismo do Palácio Karnak, sede oficial do Governo do Piauí.
  • 1971 – Recebe a Comenda da Ordem do Rio Branco do Itamaraty em Brasília
  • 1982 – Recebe o título Doutor honoris causa da Academia Real de Belas Artes de Haia (Holanda)
  • 1982 – Recebe o título Doutor honoris causa do Royal College of Art em Londres (Inglaterra)
  • 1985 – Doou seu sítio de Guaratiba com seu acervo ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN (na ocasião se chamava Fundação Nacional Pró Memória)
  • 1990 – Projeta o paisagismo do Parque Ipanema, em Ipatinga/MG
  • 1994 – Morre no Rio de Janeiro, em 5 de junho, tendo projetado mais de 2.000 jardins ao longo de sua vida.


"Sem compreender as necessidades de uma cidade e, principalmente sem compreender as funções das áreas verdes, o paisagista não poderá realizar jardins" (Burle Marx)





terça-feira, 2 de agosto de 2011

VIVER NÃO É EXATO


A vida não possui uma lógica matemática. Nem sempre dois mais dois resultam em um perfeito quatro.
Não são raras as pessoas se perderem neste mar de cálculos e possibilidades inexatas, caminhando de um lado para o outro sem chegar a lugar algum. 
O fato é que se não sabemos para onde estamos indo, qualquer lugar serve. O não saber muitas vezes demonstra falta de equilíbrio, de objetivo, comodismo ou quem sabe o "simples" medo de arriscar.  
Viver como já dizia Clarice Lispector "ultrapassa qualquer entendimento", porém o entendimento sobre nós mesmos se faz necessário, para que possamos ir de um lugar ao outro, ainda que nos sentindo "perdidos". 
Alinhemos os nossos passos para seguirmos em frente, rumo ao desconhecido.
Convictos que a vida será sempre um mistério para nós, e o viver uma maravilhosa incerteza que nos leva ao autoconhecimento. (Lú)


Ana Lúcia P.S.Oliveira (O autor é o titular exclusivo dos direitos autorais sobre a sua respectiva obra (Lei nº 9.610/1998, arts. 7º, I; 11; 17 e 18)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

NEY MATOGROSSO


Ney de Sousa Pereira (Bela Vista (Município de Mato Grosso do Sul), 1º de agosto de 1941), mais conhecido como Ney Matogrosso, é um cantor, coreógrafo, bailarino, dramaturgo e ator brasileiro. Com sua voz única e marcante, bem como dono de uma presença de palco incomparável ele é visto como um dos grandes nomes da MPB. Alguém que diz o que pensa e age de acordo, é fiel a suas idéias e a seu constante desejo de renovação, um verdadeiro Camaleão, como é chamado por muitos!



Ney Matogrosso já cantava em corais em Brasília, onde era funcionário público, em 64. Chamado por amigos para fazer algumas apresentações, por sua voz diferente, nunca havia pensado em se profissionalizar.
Mudou-se para o Rio, onde foi viver de artesanato. Tornou-se amigo de Luli, que convencida do talento de Ney apresentou-o a João Ricardo, que estava formando um grupo e precisava de uma voz aguda masculina. Nascia os Secos & Molhados.


O grupo chegou arrepiando todas as convenções da MPB, pintados, estouraram a vendagem do primeiro disco com O Vira, de Luli e João Ricardo. As pessoas estranhavam aquilo tudo, mas se rendiam ao canto agudo e atraente de Ney Matogrosso.
Após uma briga com João Ricardo, Ney se separa do grupo e faz seu primeiro disco solo, técnico e nervoso, o disco teve vendagem inexpressiva. Grava então "Bandido" - onde finalmente é reconhecida sua carreira solo. O público de Ney dobrou de tamanho, e não era só a garotada que assistia seus shows. Todas as faixas etárias reunidas o aplaudiam em pé - e a partir desse disco, Ney foi consagrado como o maior showman brasileiro.
Na década de 80 Ney lançou alguns dos seus maiores sucessos: Homem com H, Vida, Vida, Pro dia nascer Feliz, Vereda Tropical, Amor Objeto, Seu tipo, Por debaixo dos panos, Promessas demais, Tanto amar, Ando meio desligado, Sangue latino, entre outros.
Atualmente, Ney quase não se apresenta mais coberto de pinturas e fantasias - não se preocupa mais em esconder a face - doce, sério e suave, é hoje um grande "Pescador de Pérolas" da música brasileira, o falcão que ascendeu aos céus. (Carô Murgel)

TRAJETÓRIA MUSICAL:

Secos & Molhados (1973)
O disco que tornou Ney Matogrosso um astro, praticamente do dia para a noite. A voz única, a forte sexualidade, a presença de palco marcante. Acompanhados, é claro, das espetaculares composições de João Ricardo ("Sangue Latino", "O Vira") e Gerson Conrad ("A Rosa da Hiroshima", feita a partir de um poema de Vinícius de Moraes). Radicalmente ousado e original, e mesmo assim um dos maiores sucessos de público daquele ano.
Água do Céu / Pássaro (1975)
Após o fim dos Secos & Molhados, Ney lançou um compacto e logo depois este seu primeiro disco solo. É o trabalho mais experimental de sua carreira, bem diferente do som mais pop que ele abraçou em seus discos imediatamente posteriores. Destaque para as belas "Corsário" (João Bosco e Aldir Blanc), "Bodas" (Milton Nascimento e Ruy Guerra) e "América do Sul" (Paulo Machado).
Pecado (1977)
Uma boa amostra da versatilidade de Ney Matogrosso. Aqui, ele grava de tudo: do rock nacional de Raul Seixas ("Metamorfose Ambulante") e Rita Lee ("Com a Boca no Mundo") à MPB de Caetano Veloso ("Tigresa") e Milton Nascimento ("San Vicente"), passando por clássicos do cancioneiro brasileiro ("Desafinado", de Tom Jobim, e "Da Cor do Pecado", de Bororó).
Ney Matogrosso (1981)
Neste disco, Ney mostra o seu lado mais debochado. Diante de quem o criticava por ser homossexual, ele respondia gravando "Homem com H" ("Porque eu sou é homem, e como sou"). O repertório ainda inclui Chico Buarque ("Deixa a Menina"), Rita Lee e Roberto de Carvalho ("Amor Objeto") e Eduardo Dusek ("Folia no Matagal"). É um dos discos mais vendidos da carreira do cantor.
Pois É (1983)
Em 1983, o rock tomava conta das paradas no Brasil, com grupos como Barão Vermelho e Paralamas do Sucesso. Ney, que sempre havia incluído o gênero em seu caldeirão musical, resolveu entrar na onda. Este disco traz a sua famosa versão para "Pro Dia Nascer Feliz", de Frejat e Cazuza. No seu disco seguinte, "Destino de Aventureiro" (1984), ele voltaria a gravar uma música da dupla, "Por Que a Gente É Assim".
Pescador de Pérolas (1986)
Uma das maiores guinadas da carreira de Ney. Depois de alguns anos flertando com o rock e o pop, ele reuniu-se a músicos como o pianista Artur Moreira Lima, o saxofonista Paulo Moura e o violonista Rafael Rabello para gravar clássicos da música brasileira ("Tristeza do Jeca") e latina ("Dos Cruces"). É uma prova que ele não precisa de plumas e paetês para ser um dos maiores intérpretes do país.
Um Brasileiro (1996)
No meio da infinidade de discos dedicados à obra de Chico Buarque, "Um Brasileiro" se destaca por dois fatores: em primeiro, a voz única de Ney Matogrosso; em segundo, a escolha do repertório. Ao mesmo tempo em que resgata músicas menos conhecidas de Chico ("Até o Fim", "Corrente"), o cantor imprime sua personalidade a composições mais manjadas como "Roda Viva" e "Partido Alto".
O Cair da Tarde (1997)
Um dos trabalhos mais sofisticados do cantor, "O Cair da Tarde" reúne obras de Antonio Carlos Jobim e Heitor Villa-Lobos, com participação do grupo mineiro Uakti. Algumas das interpretações mais intensas da carreira de Ney estão neste disco, como "Melodia Sentimental" (de Villa-Lobos) e "Modinha" (de Jobim). Dois anos depois, ele mudaria novamente de rumo ao gravar música mais pop em "Olhos de Farol".
Vagabundo (2004)
Em uma iniciativa ousada, Ney decidiu gravar um disco junto com a banda Pedro Luís e a Parede. O resultado é um de seus trabalhos mais vigorosos, que dois anos depois ainda rendeu um bom álbum ao vivo. Entre os pontos altos do variado estão duas composições de Itamar Assumpção ("Transpiração" e "Finalmente"), um dos autores mais gravados pelo cantor e que havia morrido no ano anterior.
Beijo Bandido (2009)
Depois das guitarras do disco "Inclassificáveis" (2008), Ney deu mais uma prova de sua versatilidade e lançou um de seus trabalhos mais delicados e intimistas, "Beijo Bandido". O título é tirado de um trecho da letra de "Invento", do gaúcho Vitor Rammil. O repertório mistura compositores como Roberto e Erasmo ("À Distância"), Herbert Vianna ("Nada por Mim"), Cazuza ("Mulher Sem Razão") e Vinícius ("Medo de Amar").


A POLÊMICA PAIXÃO ENTRE NEY E CAZUZA



Na entrevista concedida por Ney à repórter Débora Bergamasco, da coluna Mônica Bergamo, no jornal Folha de São Paulo em (29/03/2009), o cantor afirmou que sua história com Cazuza "só quem pode contar" é ele, pois "foi o único que sobrou".

O primeiro encontro dos dois aconteceu em Ipanema, no Rio, em 1979. Cazuza chegou na praia com uma amiga. Ney, ao ver Cazuza, perguntou: "'Quem é esse pivete com você?'. Porque ele era um pivete. Ele tinha 18 anos, e eu, 39. Ficamos enlouquecidos, mas não rolou nada", contou.

O cantor relata que, um dia, essa mesma amiga foi à sua casa com Cazuza e aí sim "tudo aconteceu". "Eu morava no Alto Leblon, num apartamento de três andares e meu quarto era no terceiro piso. Ela chegou, subiu, conversamos e disse: 'O Cazuza tá lá embaixo'. Mandei chamar. E ele veio. Tinha um jardim no meu quarto. Tudo aconteceu lá."
O relacionamento de Ney e Cazuza durou pouco tempo, "uns quatro meses de labaredas". Segundo o cantor, a maior dificuldade foi quando a família de Cazuza ficou sabendo. "Nós saíamos para todo lugar juntos, não escondíamos de ninguém. O problema era ele ter uma relação homossexual com alguém famoso. Imagine: o filho do João Araújo está namorando o Ney. Quem ainda não sabia da sexualidade dele ficou sabendo". Os pais de Cazuza ordenaram que ele fosse para Suíça imediatamente. "Ele não queria ir. Eu dizia: 'Deixa de ser burro. Vai. Não vai perder essa oportunidade, não vai mudar nada, quando você voltar eu estarei te esperando'", disse.

Ney afirma que o casal era muito apaixonado, e que tinha conhecido um Cazuza que ninguém conheceu. "Um Cazuza desarmado, que, na intimidade, era a pessoa mais doce, que era encantador, por quem me apaixonei. Era carinhoso, bonitinho, sabe? Ele confiava em mim. Sabia que o que eu sentia era de verdade."
Porém, como todo relacionamento, surgem os altos e baixos. Pode-se dizer que o baixo de Ney e Cazuza eram as drogas. Ney conta que Cazuza desapareceu por três dias, e chegou em casa com um traficante de cocaína todo sujo.  "Eu disse: 'Ó, você pode sair daqui. Você e esse camarada, não quero vocês dentro da minha casa, não'. Ele cuspiu em mim. Eu dei um bofetão nele e disse: 'Ai, sai daqui... drogado!'. E eu também era drogado. Ele gostava de cocaína, eu não curtia. Não vou dizer que não senti, mas não podia conviver com esse descontrole dele com relação a droga. Era o que me incomodava."

Sobre o ciúmes, Ney afirma que é, sim, ciumento. Mas que, na época de Cazuza, nos anos 70, esse sentimento era impossível, era "tudo liberado". "O namorado que tive depois do Cazuza tinha muito ciúme dele. Uma vez ele me perguntou: 'Ele beija bem?'. Eu disse: 'Beija'. 'Ele é gostoso?' Eu disse: 'É'. Ele me falou: 'Eu quero transar com ele'. Eu disse: 'Tudo bem. Pode transar'. E transaram. E depois ele voltou para me contar. Mas o Cazuza já tinha me dito antes. Se eles gostaram? Bem, foi uma vez só. Isso certamente não vai estar no programa da Globo, porque nunca falei isso antes", alfinetou.

Por fim, o cantor não podia deixar de falar sobre a doença que acarretou a morte de Cazuza, a Aids. "Tô vivo. Cerca de 80% dos meus amigos foram levados pela Aids, e eu tô aqui". "Namorei com uma pessoa que morreu disso e não fui contaminado. Mantínhamos relações regulares sem camisinha. Não tem explicação. Já pedi para vários médicos, ninguém soube dizer. Gostaria muito de saber o que há comigo que impediu essa doença de me pegar. Deus? Não acho que ele esteja preocupado com minha sexualidade," concluiu.




Eu tinha vergonha da minha voz. Falava fininho e os meus amigos pegavam no meu pé.

Eu tinha passado pela mão de muitos que estavam doentes. Quando o meu teste deu negativo, eu pedi uma explicação a diversos médicos. Não tem nenhuma.

Eu tive todas as oportunidades para ter Aids e não tive a doença. Sou um sobrevivente.
 
As pessoas entendem que eu não sou uma bichinha louca. Não adianta me botar nesse estereótipo que eu não aceito.

Não uso creminho para a pele. O segredo para me manter bem é muito rock'n'roll e estar apaixonado.





Rompi tratados
Traí os ritos
Quebrei a lança
Lancei no espaço
Um grito, um desabafo...




RIO 2011




http://tvig.ig.com.br/musica/entrevistas/entrevista+exclusiva+com+ney+matogrosso-8a49800e3167a0f30131764282370270.html