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Pedagoga, casada, 49 anos. Dizem que tenho dom de escritora, poetisa...mas tenho mesmo é paixão pela vida! Defendo aquilo que acredito ainda que para muitos, possa parecer loucura ou utopia. Abomino qualquer forma de preconceito, tenho defeitos como qualquer ser humano e qualidades inigualáveis. Sou romântica, sonhadora, corajosa e por vezes impulsiva! Tenho gana de viver e disposição para aprender. E em meio a tudo que já vivi, tiro conclusões positivas e esclarecedoras para escrever a minha história. Acredito sinceramente que quando queremos muito alguma coisa, o universo conspira a nosso favor! "Seja qual for o seu sonho - comece. Ousadia tem genialidade, poder e magia." (Goethe)... Resolvi criar este Blog para expressar melhor o meu mundo interior, minha visão sonhadora, realista e principalmente particular diante de assuntos diversos, sem me sentir dona da razão, até porque razão nunca foi o meu forte...Eu quero mesmo é ser feliz!!! :) Sejam todos muito bem-vindos ao "Mundo da Lú"!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

PAULO LEMINSKI EM: O ASSASSINO ERA O ESCRIBA



Curto tudo o que é diferente, extravagante, a inteligência que instiga e o bom humor que surpreende positivamente. Sendo assim, não poderia deixar de mencionar a minha admiração por este escritor, poeta, tradutor, professor e faixa preta em judô (rs)...Paulo Leminski.  Um paranaense que gostava de ser chamado de "Polaco Mulato",  que nasceu em 1944 e morreu ainda jovem aos 45 anos de idade, em 1989, Paulo Leminski foi um dos mais instigantes poetas brasileiros da segunda metade do século XX. Criticado e aplaudido nos melhores moldes: ame-o ou deixe-o. Ou como ele mesmo diria: "Ameixas, ame-as ou deixe-as"...rs

O motivo desta postagem além de uma homenagem a Leminski, deve-se também a um conto muito interessante escrito por ele em 1983 e que brinca com as denominações e classificações  gramaticais. Vale à pena ler! (Lú)

O Assassino Era O Escriba

Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito
inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida,
regular como um paradigma da la conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto
adverbial, ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,
conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.

* Caprichos & relaxos traz uma mostra relevante da pluralidade e multiplicidade leminskiana. A obra, quase uma antologia, reúne haikais, poemas de caráter concreto, textos semióticos, enfim, um apanhado de exemplos poéticos de Leminski em 20 anos (de 63 até 83).

      http://pt.scribd.com/doc/19796313/Paulo-Leminski-Caprichos-e-Relaxos

É isso...espero que tenham gostado! ;)



isso de querer ser
exatamente aquilo 
que a gente é
ainda vai
nos levar além

(Paulo Leminski)


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