Curto tudo o que é diferente, extravagante, a
inteligência que instiga e o bom humor que surpreende positivamente. Sendo
assim, não poderia deixar de mencionar a minha admiração por este escritor,
poeta, tradutor, professor e faixa preta em judô (rs)...Paulo Leminski. Um paranaense que gostava de ser chamado de "Polaco Mulato", que nasceu em 1944 e morreu ainda
jovem aos 45 anos de idade, em 1989, Paulo Leminski foi um dos mais instigantes
poetas brasileiros da segunda metade do século XX. Criticado e aplaudido nos
melhores moldes: ame-o ou deixe-o. Ou como ele mesmo
diria: "Ameixas, ame-as ou deixe-as"...rs
O motivo desta postagem além de uma homenagem a Leminski,
deve-se também a um conto muito interessante escrito por ele em 1983 e que brinca
com as denominações e classificações gramaticais. Vale à pena ler! (Lú)
O Assassino Era O Escriba
Meu professor de análise sintática era o
tipo do sujeito
inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado de
sua vida,
regular como um paradigma da la
conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto
adverbial, ele não tinha dúvidas: sempre
achava um jeito
assindético de nos torturar com um
aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua
bagagem.
A interjeição do bigode declinava
partículas expletivas,
conectivos e agentes da passiva, o tempo
todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na
cabeça.
* Caprichos & relaxos traz uma mostra
relevante da pluralidade e multiplicidade leminskiana. A obra, quase uma
antologia, reúne haikais, poemas de caráter concreto, textos semióticos, enfim,
um apanhado de exemplos poéticos de Leminski em 20 anos (de 63 até 83).
É isso...espero que tenham gostado! ;)
isso de querer ser
exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além
exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além
(Paulo Leminski)
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