Quem sou eu

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Pedagoga, casada, 49 anos. Dizem que tenho dom de escritora, poetisa...mas tenho mesmo é paixão pela vida! Defendo aquilo que acredito ainda que para muitos, possa parecer loucura ou utopia. Abomino qualquer forma de preconceito, tenho defeitos como qualquer ser humano e qualidades inigualáveis. Sou romântica, sonhadora, corajosa e por vezes impulsiva! Tenho gana de viver e disposição para aprender. E em meio a tudo que já vivi, tiro conclusões positivas e esclarecedoras para escrever a minha história. Acredito sinceramente que quando queremos muito alguma coisa, o universo conspira a nosso favor! "Seja qual for o seu sonho - comece. Ousadia tem genialidade, poder e magia." (Goethe)... Resolvi criar este Blog para expressar melhor o meu mundo interior, minha visão sonhadora, realista e principalmente particular diante de assuntos diversos, sem me sentir dona da razão, até porque razão nunca foi o meu forte...Eu quero mesmo é ser feliz!!! :) Sejam todos muito bem-vindos ao "Mundo da Lú"!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

LIBERTE-SE





Tudo que você
não sua,
não gasta,
não libera,
não respira;
acumula.

Tudo que você
não chora,
não perdoa,
não esquece,
não cresce;
entope.

Tudo que você
não ri,
não abraça,
não beija,
não ama;
apodrece.

Tudo que você
não muda,
não troca,
não avalia,
não retifica;
empaca.

Tudo que você
equilibra,
aprende,
revê,
expande;
liberta.

Autoria: Amanda Sul

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

ELIS X NARA

Elis Regina e Nara Leão em foto da década de 60, época de exacerbada rivalidade entre as cantoras

"A inveja revela a mediocridade; os grandes caracteres não conhecem senão as rivalidades".
(Duque de Lévis)

Rivais na música, Elis Regina e Nara Leão compartilham data com homenagens desproporcionais.


Fonte: 

Rivais na cena musical e na vida amorosa, Elis Regina e Nara Leão compartilham uma data: esta quinta-feira, 19 de janeiro. No mesmo dia em que a gaúcha famosa por sucessos como “Águas de Março” completa 30 anos de morte, a capixaba que aderiu à Jovem Guarda e ao Tropicalismo comemoraria 70 anos de idade. 



Apesar da coincidência na efeméride, as homenagens às cantoras não são proporcionais. Elis terá o lançamento do projeto dos filhos Maria Rita e João Marcelo Bôscoli "Viva Elis", uma exposição multimídia que rodará o Brasil em 2012, além dos shows de Rita em homenagem à mãe. A cantora também ganhou releitura de sua biografia, "Furacão Elis", republicada pela editora Leya neste mês.



O canal Viva apresenta o programa "Som Brasil: Tributo a Elis Regina", com entrevistas de familiares e um show que reuniu quatro mil pessoas no Rio de Janeiro. A caixa "Elis Regina nos Anos 60" apresenta 12 álbuns do início da carreira da cantora. Posteriormente, outro box com mais doze CD's será lançado com raridades e a segunda parte de sua discografia. 


Já Nara, ganhou um site com conteúdo sobre sua carreira, bancado pela filha Isabel Diegues com streaming de suas músicas, cartas, rascunhos e uma cronologia completa de sua vida. E, é isso. Em entrevista à Folha de S. Paulo, Diegues disse esse é um "presente" pelo aniversário da mãe. A gravadora responsável por Nara, a Universal, disse não ter nada especial preparado
ELIS X NARA

ORIGEM
Elis Regina Carvalho Costa nasceu no dia 17 de março de 1945 e cresceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. De família humilde, começou a cantar em rádios com 11 anos.
ORIGEM
Nara Lofego Leão nasceu no dia 19 de janeiro de 1942 em uma família de alta classe social e foi criada com vista para o mar no Rio de Janeiro. Começou seus estudos de violão aos 12 anos.
BOSSA NOVA
Elis começou cantando pop-rock juvenil no sul e só quando chegou no Rio assumiu um repertório moderno - mas no começo detestava bossa e cantava “pra fora”. Só assumiu de vez o estilo ao gravar com Tom Jobim em 1974.
BOSSA NOVA
Nara é até hoje lembrada como “musa” da bossa e seu apartamento tido como nascedouro do estilo. Quando foi gravar seu primeiro LP quis fugir do gênero, mas logo se reencontraram e foram felizes para sempre.
RONALDO BÔSCOLI
Ronaldo Bôscoli, produtor de espetáculos e agitador cultural, era um dos arquiinimidos públicos de Elis. Até o dia em que surpreenderam todos em 1967, se casando: ele com 38 anos e ela com 22. Três anos depois nasceu o filho do casal, João Marcello, e pouco depois veio o fim.
RONALDO BÔSCOLI
Bôscoli, então jornalista, 28 anos, letrista de “O barquinho”, começou a namorar Nara quando ela tinha 15 anos, em 1957. O noivado durou até 1961, quando Maysa revelou em entrevista coletiva que tinha um caso com Bôscoli e Nara nunca mais quis ouvir falar dele.
TROPICÁLIA
Em 1967 Elis Regina chegou a participar de uma infame “passeata contra a guitarra”, em ingênuo gesto nacionalista. Chegou a gravar canções de Gil, mas só aceitou realmente o movimento depois do exílio dos baianos.
TROPICÁLIA
Nara, sempre interessada e aberta à novidades, foi a responsável por levar Bethânia da Bahia ao Rio, e quando surgiu o movimento tropicalista ela aderiu a ponto de aparecer na capa e cantar uma faixa do LP da turma.
FARPAS
“Nara Leão traiu cada movimento de que participava. Será que fez psicanálise ou curso de autopromoção? A verdade é que Nara Leão canta muito mal, mas fala muito bem”, dizia Elis sobre Nara à revista Manchete, 1967.
FARPAS
“Tenho personalidade bastante para gostar ou não gostar do que ouço sem precisar me orientar pela cabeça dos outros. Quanto a ser ou não ser amiga de Elis, devo dizer que dou pouca importância”, repondia Nara, na mesma edição.
TV
O Fino da Bossa entrou no ar na TV Record em 1965 e ficou no ar por anos com Elis como apresentadora, um dos mais populares programas da época, rivalizando com o gigante Jovem Guarda, de Roberto Carlos.
TV
Em 1966, durante apenas seis meses, Nara e Chico Buarque apresentaram juntos um programa na mesma TV Record: Pra Ver a Banda Passar, inspirado no sucesso recente de “A Banda”, de Chico, com Nara.
CHICO BUARQUE
Apesar de não ter sido de saída uma das principais entusiastas de Chico, Elis em 1972 registrou uma das mais emblemáticas interpretações do compositor, com sua intensa versão de “Atrás da Porta”.
CHICO BUARQUE
Apenas entre 1966 e 1967, período do surgimento nacional de Chico, Nara gravou quase dez canções do compositor, em uma relação de amizade e identificação que durou anos e muitas outras faixas.
EDU LOBO
“Zambi”, “Aleluia”, “Reza” são faixas do compositor gravadas no primeiro disco “de samba” da Elis, em 1965. Pouco depois gravou também “Corrida de Jangada”, todas músicas importantes para sua carreira.
EDU LOBO
“Zambi”, “Aleluia”, “Reza” são faixas do compositor gravadas por Nara em 1965, inclusive em um álbum com o próprio. Pouco depois gravou também “Corrida de Jangada”, todas músicas importantes para sua carreira.
DISCOS
De seus primeiros discos como fenômeno juvenil gaúcho, em 1961, ao último disco lançado em vida, em 1980, foram 27 LPs e mais um tanto de compactos.
DISCOS
Entre seu primeiro LP, em 1964, e o último, em 1989, Nara lançou 23 álbuns e mais um punhado de singles, coletâneas e participações.
MORTE TRISTE
Elis Regina faleceu aos 36 anos na manhã do dia 19 de janeiro de 1982, sozinha em seu quarto, com posterior revelação da autópsia: “resultado positivo para cocaína e álcool etílico (...) que em somatória pode responder pelo evento letal”.




MORTE TRISTE
Nara Leão faleceu aos 47 anos, ao meio-dia de 7 de junho de 1989, internada na casa de saúde São José, depois de duas semanas em coma, decorrências de um tumor no cérebro descoberto dez anos antes.

NARA LEÃO - A MUSA DA BOSSA NOVA





Nara Lofego Leão Diegues (Vitória, 19 de Janeiro de 1942  Rio de Janeiro, 7 de Junho de1989) foi uma cantora brasileira.

Filha caçula do casal capixaba Jairo Leão e Altina Lofego (em italiano Lofiego), descendente de imigrantes da Basilicata que imigraram para o Espírito Santo no século XIX (famílias D'Amico e Lofiego), Nara nasceu em Vitória e mudou-se para a Cidade do Rio de Janeiro quando tinha apenas um ano de idade, com os pais e a irmã, a jornalista Danuza Leão. Durante a infância, Nara teve aulas de violão com Solon Ayala e Patrício Teixeira, ex-integrante do grupo "Os Oito Batutas" de Pixinguinha. Aos 14 anos, em 1956, resolveu estudar violão na academia de Carlos Lyra e Roberto Menescal, que funcionava em um quarto-e-sala na rua Sá Ferreira, em Copacabana. Mais tarde, Nara tornou-se professora da academia.
A Bossa Nova nasceu em reuniões no apartamento dos pais da cantora, em Copacabana, das quais participavam nomes que seriam consagrados no gênero, como Roberto Menescal, Carlos Lyra, Sérgio Mendes e seu então namorado,Ronaldo Bôscoli. No fim dos anos 1950, Nara foi repórter do jornal "Última Hora", onde Bôscoli também trabalhava, e que pertencia a Samuel Wainer, casado com a irmã de Nara, Danuza Leão. O namoro com Bôscoli terminou quando ele a traiu e iniciou um caso com a cantora Maysa, durante uma turnê em Buenos Aires, em 1961. Daí em diante, Nara se reaproxima de Carlos Lyra, que rompeu a parceria musical com Bôscoli em 1960, e de idéias mais à esquerda. Inicia um namoro com o cineasta Ruy Guerra e se casa com ele um tempo depois. Nessa época passa a se interessar pelo samba de morro.
A estreia profissional se deu quando da participação, ao lado de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra, na comédia Pobre Menina Rica (1963). O título de musa da Bossa Nova foi a ela creditado pelo cronista Sérgio Porto. Mas a consagração efetiva ocorre após o movimento militar de1964, com a apresentação do espetáculo Opinião, ao lado de João do Vale e Zé Keti, um espetáculo de crítica social à dura repressão imposta pelo regime militar. Maria Bethânia, por sua vez, a substituiria no ano seguinte, interpretando Carcará, pois Nara precisara se afastar por estar afônica. Nota-se que Nara Leão vai mudando suas preferências musicais ao longo dos anos 1960. De musa da Bossa Nova, passa a ser cantora de protesto e simpatizante das atividades dos Centros Populares de Cultura da UNE. Embora os CPC's já tivessem sido extintos pela ditadura, em 1964, o espetáculo Opinião tem forte influência do espírito cepecista. Em 1966, interpretou a canção A Banda, de Chico Buarqueno Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), que ganhou o festival e público brasileiro.
Dentre as suas interpretações mais conhecidas, destacam-se O barquinho, A Banda e Com Açúcar e com Afeto -- feita a seu pedido por Chico Buarque, cantor e compositor a quem homenagearia nesse disco homônimo, lançado em 1980.




Nara também aderiu ao movimento tropicalista, tendo participado do disco-manifesto do movimento - Tropicália ou Panis et Circensis, lançado pela Philips em 1968 e disponível hoje em CD.
Já separada alguns anos do marido Ruy, de quem não teve filhos, Nara casa-se novamente, dessa vez com o cineasta Cacá Diegues, com quem teve dois filhos: Isabel e Francisco. No fim dos anos 1960, se muda para a Europa com o marido, permanecendo lá por dois anos, tendo morado na França, na cidade de Paris, onde nasceu Isabel, primeira filha do casal.
No começo dos anos 1970, ela volta para o Brasil grávida e nasce na Cidade do Rio de Janeiro o segundo filho do casal, Francisco. Nessa época, decide estudar psicologia na PUC-RJ. De fato, Nara planejava abandonar a música mas não chegou a deixar a profissão de cantora, apenas diminuindo o ritmo de trabalho e modificando o estilo dos espetáculos, pois era muito cansativa a vida de uma cantora, já que ela agora era mãe e casada, tinha que se dedicar mais aos filhos e ao marido do que a música, apesar de Nara amar cantar, teve que fazer essa difícil escolha.
Morreu na manhã de 7 de junho de 1989 vítima de um tumor cerebral inoperável aos 47 anos de idade. Ela já sabia do tumor, e sofria com esse problema havia 10 anos. O tumor estava numa área muito delicada do cérebro, por isso ela não podia ser operada, sentia fortes dores e tonturas, e isso também foi um contribuinte para ela tentar largar carreira musical. O último disco foi My foolish heart, lançado naquele mesmo ano, interpretando versões de clássicos americanos.


Em 2002, seus discos lançados anteriormente em LPs foram relançados em duas caixas separadas - uma com o período 1964-1975 e a outra1977-1989 - trazendo também faixas-bônus e um livreto sobre sua biografia. Mesmo depois de ter morrido há anos, suas músicas ainda eram sucesso, como até hoje são.
Em 2007, a cantora Fernanda Takai gravou o disco Onde Brilhem os Olhos Seus, onde interpreta canções típicas do repertório de Nara Leão, fazendo assim uma homenagem. Em janeiro de 2012, seu acervo de fotografias, músicas e documentos foi digitalizado e aberto para consulta.


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 NARA LEÃO E OS FILHOS ISABEL E FRANCISCO

Nara Leão começou somente como Nara. Opinou. Protestou com opinião, e cantou livre. Cantou a Bossa com mais quatro. Exigiu Liberdade, liberdade. Pediu passagem. Raiou com a manhã de Liberdade. Soprou o vento de maio. Voltou a ser Nara, depois Nara Leão. Mostrou as coisas do mundo. Reavivou a bossa dez anos depois. Relembrou os seus primeiros amores. Cantou com seus amigos que eram um barato. Mandou tudo por inferno. Homenageou um amigo com açúcar e com afeto. Teve um romance popular com os novos ritmos do nordeste. Bailou. Sambou encabulada. Novamente cantou em um cantinho e um violão. Distribuiu abraços, carinhos e beijinhos sem ter fim para seus fãs. Disse onde foi garota, e nos contou seus sonhos dourados. E por fim descansou seu coração. A discografia de Nara Leão é uma das mais perfeitas já deixada para nós, amantes da MPB. Quem quiser saber o que aconteceu dentro da Música Popular Brasileira, entre 1964 a 1989, escute os discos de Nara Leão.







Faço versos pro palhaço que na vida já foi tudo
Foi soldado, carpinteiro, seresteiro e vagabundo
Sem juízo e sem juízo fez feliz a todo mundo
Mas no fundo não sabia que em seu rosto coloria
Todo encanto do sorriso que seu povo não sorria
(Nara Leão) 

ELIS REGINA A ETERNA E FASCINANTE PIMENTINHA





Na manhã de 19 de janeiro de 1982, Elis Regina foi encontrada caída no chão de seu apartamento no Jardim Paulista, bairro nobre de São Paulo, pelo então namorado, o advogado Samuel MacDowell. Levada ao vizinho Hospital das Clínicas, já chegou sem vida. A causa da morte: uma mistura letal de cocaína e álcool. Ela tinha apenas 36 anos.

Na época, os familiares de Elis contestaram o laudo médico, na tentativa de proteger sua imagem. "Ela foi vítima de uma overdose. Não há mistério. Não há polêmica", afirma Regina Echeverria, amiga da cantora e autora da biografia "Furacão Elis". "Eu sei que a família não gosta de discutir esse assunto. Mas não podemos mentir sobre a morte dela".
Na noite anterior à sua morte, Elis e MacDowell haviam recebido amigos no apartamento da rua Melo Alves. Os convidados saíram por volta das 21h e MacDowell, algumas horas depois - Elis queria ficar sozinha para ouvir músicas do disco que se preparava para gravar. Mais tarde, ela e o namorado ainda conversaram rapidamente por telefone.
Na manhã seguinte, eles voltaram a falar por telefone. Ao final da conversa, MacDowell preocupou-se porque Elis começou a dizer palavras ininteligíveis. Pegou um táxi para o apartamento e só conseguiu encontrar Elis depois de arrombar duas portas - ela estava trancada no quarto. Após tentativas frustradas de reanimar a cantora e chamar uma ambulância, decidiu levá-la ao hospital de táxi.
O resultado da autópsia, apontando a mistura de cocaína e álcool como causa da morte, veio dois dias depois. "Foi um choque porque a Elis era preconceituosa com drogas. Ela usou por um período curto e intenso", conta Regina Echeverria. Seu corpo foi velado no Teatro Bandeirantes, em São Paulo, mesmo local em que havia apresentado seu show mais marcante, "Falso Brilhante", entre 1975 e 1977.
Terminava assim a vida daquela que, havia quase duas décadas, era considerada a maior cantora do Brasil.
Nascida em 17 de março de 1945 em Porto Alegre, Elis Regina Carvalho Costa começou a cantar aos 11 anos, em programas de rádio. Entre 1961 e 1963, lançou quatro discos, mas só começou a fazer sucesso quando deixou o Rio Grande do Sul, em 1964.

No ano seguinte, veio o estouro nacional: interpretando "Arrastão", de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, Elis venceu o primeiro Festival de Música Popular Brasileira. Foi convidada por Solano Ribeiro, diretor do evento. Ele a viu pela primeira vez no lendário Beco das Garrafas, principal palco da bossa nova no Rio de Janeiro. "Foi uma coisa impactante", lembra.
Solano desmente a lenda de que Elis era uma completa desconhecida antes daquele festival. "Ela já fazia muitos shows em São Paulo e no Rio e também fazia bastante sucesso com [a música] 'Menino das Laranjas'. Foi absolutamente natural que ela cantasse no festival", explica. "Como ela já vinha cantando músicas do Edu Lobo, achei que ela se sairia muito bem com 'Arrastão'."

Saiu-se tão bem que ganhou o primeiro lugar. Ganhou também o maldoso apelido de "eliscóptero", por cantar balançando os braços. Até o final dos anos 1960, participou de mais cinco festivais, quatro como intérprete e uma como integrante do júri. Em 1967, ganhou o prêmio de melhor intérprete, com "O Cantador". Em 1968, venceu a primeira Bienal do Samba, com "Lapinha".
Nessa mesma época, liderou uma passeata contra a presença de guitarras na música brasileira. Pouco depois, gravou uma série de discos cheios de guitarras. No começo dos anos 1970, cantou o hino nacional nas comemorações dos 160 anos da Independência do Brasil capitaneadas pela ditadura militar. Nos anos seguintes, deu voz a músicas que criticavam essa mesma ditadura.
Gênio Forte

Contraditória? Elis era assim. Sua personalidade misturava coragem e insegurança em doses iguais. "Ela se arriscava sem medo", recorda Guilherme Arantes. Ele e Elis tiveram um curto romance no início dos anos 1980, após a cantora terminar seu casamento com o músico Cesar Camargo Mariano. "Foi uma época conturbada. Ela tinha acabado de se separar, eu também. Não era o momento", diz.
Sua coragem se manifestava, por exemplo, nas apostas em compositores até então desconhecidos (Milton Nascimento e João Bosco são dois exemplos) e na decisão de ter total controle sobre sua carreira. "É preciso contextualizar. Na época, ainda havia muito preconceito contra as mulheres. Os executivos das gravadoras eram extremamente machistas. E ela combatia tudo isso", explica Guilherme.
Solano Ribeiro define assim a personalidade de Elis: "Ela não se conformava". Daí vêm as incontáveis histórias sobre o gênio forte da cantora, que lhe valeram o apelido de "Pimentinha". "Você realmente não podia pisar no calo dela", reconhece Regina Echeverria. Para Renato Teixeira, de quem Elis gravou "Romaria", a fama é injusta. "Ela só brigava quando tinha um bom motivo", diz.
Insegurança

Muito da imagem de briguenta vinha de pura insegurança. Elis era competitiva ("Ela não admitia estar em segundo lugar", define Solano Ribeiro) e, por isso, vivia em constante receio de não ser a melhor. Daí vinha a possessividade com compositores e músicos - o baterista Dudu Portes, por exemplo, lembra que Elis proibia que sua banda tocasse com outros artistas, em especial cantoras.

Talvez a melhor forma de definir Elis Regina seja através de frases da própria Elis Regina. "Morro de medo. Faço todos os espetáculos me borrando de medo. Todos os dias", disse certa vez. Em outra oportunidade, afirmou: "Se ser geniosa, exigente e não gostar de ser passada para trás é ser mau caráter, então eu sou". Ou então: "Sempre vou viver como kamikaze. Isso me faz ficar de pé."




Elis com os filhos Maria Rita e Pedro Camargo Mariano


Elis seu filho João Marcello e o marido Ronaldo Bôscoli


Elis Regina é mãe de João Marcello Bôscoli (n. 1970), filho do seu primeiro casamento com o músico Ronaldo Bôscoli (1928-1994), e de Pedro Camargo Mariano (n. 1975) e Maria Rita (n. 1977), filhos de seu segundo marido, o pianista César Camargo Mariano (1943).


O casamento com Ronaldo Bôscoli em 1967, com a histórico vestido de Dener 

Em Paris com o cantor e galã da época Sacha Distel (morto em 2002): admiração mútua e destaque nas TV's da Europa, divulgando a canção brasileira, junto a Eliana Pittman, Rosemary, Penha Maria e outras.





Não tenho tempo de desfraldar outra bandeira que não seja a da compreensão, do encontro e do entendimento entre as pessoas.



E quase que eu me esqueci que o tempo não para nem vai esperar

Decepção não mata ensinar a viver
Vivendo e aprendendo a jogar nem sempre ganhado nem sempre perdendo mas aprendendo a jogar

O amor não me compete, eu quero é destilar as emoções...

(ELIS REGINA)










http://topicos.estadao.com.br/fotos-sobre-elis-regina/a-pimentinha-nao-poupava-a-ditadura-de-criticas-mantendo-sua-postura-engajada-ate-a-morte-em-82,785a7131-4877-46ce-ac4c-147678016c79