Quem sou eu

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Pedagoga, casada, 49 anos. Dizem que tenho dom de escritora, poetisa...mas tenho mesmo é paixão pela vida! Defendo aquilo que acredito ainda que para muitos, possa parecer loucura ou utopia. Abomino qualquer forma de preconceito, tenho defeitos como qualquer ser humano e qualidades inigualáveis. Sou romântica, sonhadora, corajosa e por vezes impulsiva! Tenho gana de viver e disposição para aprender. E em meio a tudo que já vivi, tiro conclusões positivas e esclarecedoras para escrever a minha história. Acredito sinceramente que quando queremos muito alguma coisa, o universo conspira a nosso favor! "Seja qual for o seu sonho - comece. Ousadia tem genialidade, poder e magia." (Goethe)... Resolvi criar este Blog para expressar melhor o meu mundo interior, minha visão sonhadora, realista e principalmente particular diante de assuntos diversos, sem me sentir dona da razão, até porque razão nunca foi o meu forte...Eu quero mesmo é ser feliz!!! :) Sejam todos muito bem-vindos ao "Mundo da Lú"!

sábado, 24 de setembro de 2011

O LIXO QUE VEM DO ESPAÇO

24.09.2011 - Partes do satélite de 5,6 toneladas caem na Terra

Segundo a Nasa ainda não há confirmação do local exato da queda


http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/partes-do-satelite-caem-na-terra/n1597226615411.html



O volume de detritos em órbita monitorados pela Rede de Vigilância Espacial saltou de 9.949 objetos catalogados em dezembro de 2006 para 16.094 em julho de 2011. Quase 20 por cento dos objetos são provenientes da destruição do satélite chinês Fengyun 1-C, afirmou o Conselho de Pesquisa Nacional.
Alguns modelos computacionais mostram que a quantidade de lixo em órbita "chegou a um nível extremo, com detritos suficientes em órbita para causar colisões contínuas e criar ainda mais destroços, o que aumenta o risco de falha de viagens espaciais", disse o conselho em um comunicado divulgado nesta quinta-feira, como parte de seu relatório de 182 páginas.

Detritos espaciais, também denominados genericamente lixo espacial, são objetos criados pelos humanos e que se encontram em órbita ao redor da Terra, mas que não desempenham mais nenhuma função útil, como por exemplo as diversas partes e dejetos de naves espaciaisdeixados para trás quando do seu lançamento. Tanto podem ser peças pequenas, como ferramentas e luvas — a exemplo de uma perdida porNeil Armstrong na missão Gemini VIII em 1966[2] — ou estágios de foguetes e satélites desativados[3] que congestionam o espaço em volta daTerra — como exemplo, os antigos satélites soviéticos RORSAT — e que causam risco de acidentes graves, tanto em órbita (pelo risco de possíveis colisões), quanto numa possível reentrada de tais detritos na atmosfera terrestre.
Os detritos espaciais tornaram-se uma crescente preocupação nos últimos anos pelo fato de que colisões na velocidade orbital podem ser altamente danosas ao funcionamento de satélites, pondo também em risco astronautas em atividades extraveiculares; além disso, essas colisões provocam as condições para que ocorra a chamada síndrome de Kessler.
A síndrome de Kessler proposta por um consultor da NASA, Donald J. Kessler é um conjunto de características inseridas desordenadamente no meio ambiente espacial cuja a tendência é resultar num efeito de colisões e reações em cadeia envolvendo os satelites e outros objetos em órbita ao redor o planeta.

O efeito

A síndrome de Kessler propõe que o volume de detritos espaciais na órbita terrestre baixa é tão alto nos dias de hoje que os objetos colocados em órbitas são freqüentemente atingidos por esses, criando assim outros detritos e um maior risco de futuros impactos. A implicação desse cenário é que a crescente quantidade de detritos em órbita pode evoluir até afetar a exploração espacial, e até mesmo o uso de satélites, inviabilizando futuros lançamentos por várias gerações.
Da concentração de objetos espaciais em órbita próxima à Terra, uma parte tem por destino o reingresso na atmosfera e outra colidirem entre si, aumentando progressivamente o número de objetos não catalogados.
Impacto de detritos

O "flash de energia" de um impacto em hipervelocidade simula o que ocorre quando um detrito atinge uma espaçonave em órbita.
A primeira colisão averiguada com lixo espacial catalogado ocorreu em 1996, danificando seriamente o satélite de reconhecimento militar francêsCerise.[32] O acidente foi causado por um fragmento já catalogado de um Ariane. Os objetos deste foguete se encontravam entre 660 km a 680 km da Terra e estavam a uma velocidade de 14.8 km/s. Destes, somente um possuía tamanho suficiente para ser rastreado.
Lottie Williams possui o recorde de ser a primeira e única pessoa (até à presente data) a ser atingida por um detrito espacial de origem humana. Enquanto caminhava num parque em Tulsa, Oklahoma em 22 de Janeiro de 1997, às 3:30 da manhã, notou uma luz no céu que julgou ser ummeteorito. Minutos depois, Williams foi atingida no ombro por um objeto de metal negro de 6 polegadas que, mais tarde, foi identificado como sendo parte do tanque de combustível de um foguete Delta II, que havia lançado um satélite da Força Aérea estadunidense em 1996. Lottie não se feriu com o incidente. Em maio de 2000, duas esferas metálicas caíram em fazendas na África do Sul. O evento foi comentado pela NASA numa rádio local, e a agência espacial estadunidense admitiu que ambos os objetos pertenciam a um foguete Delta lançado em 1996. O primeiro detrito, que pesava cerca de 30 kg, caiu na Cidade do Cabo e contou com a presença de testemunhas. O segundo objeto, que possuía uma forma mais ovalada, pousou três dias depois do primeiro e pesava cerca de 55 kg. As testemunhas disseram que o objeto media cerca de 1,3 m de largura por 1 m de comprimento.

Um estranho objeto, com um metro de diâmetro, caiu a cerca de 150 metros da sede de uma fazenda em Montividiu, interior de Goiás.       Seria sobra de algum satélite ou foguete? Possivelmente um tanque de combustível? Essa não é a primeira vez que registramos a queda de lixo espacial em território brasileiro. Em 1995, por exemplo, fragmentos de um satélite chinês de comunicação caíram no interior de São Paulo, no município de Itapira. Em 1966, um tanque de combustível de um foguete Saturno, com um metro de diâmetro caiu na costa do Pará, sendo achado por pescadores.
        Nada tão “espetacular”, entretanto, quanto o ocorrido na madrugada de 11 de março de 1978, quando partes de um foguete soviético reentraram na atmosfera acima da cidade do Rio de Janeiro e caíram no Oceano Atlântico. Foi um belo espetáculo. Inúmeros fragmentos, entrando em ignição devido ao atrito com a atmosfera, brilharam intensamente, enquanto “cortavam o céu”. Mas se a reentrada tivesse acontecido alguns minutos depois teríamos uma tragédia, pois a queda seria na área urbana do Rio e não no oceano.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

À BUNDA



Olha, desta vez você passou das medidas. Só não boto você para fora, agora, porque é a sua cara dar escândalo.

Estou cheia de você atrás de mim o tempo todo. Fica se fazendo de fofa, enquanto, pelas minhas costas, chama a atenção de todo mundo para meus defeitos.
Você está redondamente enganada se pensa que eu vou me rebaixar ao seu nível – o que vem de baixo não me atinge. Mas faço questão de desancar essa sua pose empinada.
Por que nunca encara as coisas de frente?
Fica parecendo que tem algo a esconder. Por acaso, faz alguma coisa que ninguém pode saber?

Você é, e sempre foi, um peso na minha existência – cada papel que me fez passar... Diz-se sensível e profunda, mas está sempre voltada para aquilo que já aconteceu. Tenho vergonha de apresentar você às pessoas, sabia?
Por que você nunca encara as coisas de frente, bunda? Fica parecendo que, no fundo, tem algo a esconder. Por acaso, faz alguma coisa que ninguém pode saber? O que há por trás de todo esse silêncio?
Você diz que está dividida e que eu preciso ver os dois lados da questão. Ora, seja mais firme, deixe de balançar nas suas posições.
Longe de mim querer me meter na sua vida privada, mas a impressão que dá é que você não se enxerga. Porque está longe de ter nascido virada para a lua e costuma se comportar como se fosse o centro das atenções.
Bunda, você mora de fundos, num lugar abafado. Nunca sai para dar uma volta, nunca toma um sol, nunca respira um ar puro. Vive enfurnada, sem o mínimo contato com a natureza. O máximo que se permite é aparecer numa praia de vez em quando, toda branquela.
Não é de admirar que esteja sempre por baixo. Tentei levar você para fazer ginástica, querendo deixar você mais para cima, mas fingiu que não escutou.
Saiba que você não é mais aquela, diria até que anda meio caída. E vai ter que rebolar para mexer comigo, de novo, da maneira que mexia.
Lembro do tempo em que eu, desbundada, sonhava em ter um pouquinho mais de você. Agora, acho que o que temos já está de bom tamanho. E, pensando bem, é melhor pararmos por aqui antes que uma de nós acabe machucada.
Sei que qualquer coisinha deixa você balançada, então não vou expor suas duas faces em público. Mas fique sabendo que, se você aparecer, constrangendo-me diante de outras pessoas, levarei seu caso ao doutor Albuquerque*.
Lamento, isso dói mais em mim do que em você, mas você merece o chute que estou lhe dando. Duplamente decepcionada.

Fernanda Young

* Fernanda  refere-se ao cirurgião plástico Pedro Albuquerque, de São Paulo



sexta-feira, 16 de setembro de 2011

BIP-BIP!


16 DE SETEMBRO DE 1949  - FOI CRIADO O DESENHO ANIMADO 
“PAPA-LÉGUAS E COIOTE”, PELA WARNER BROS.

Road Runner (conhecido no Brasil como Papa-Léguas e em Portugal como Bip Bip) e Wile E. Coyote (conhecido em português como Willy Coiote ou Coiote Coió) são personagens de desenho animado criados em 1949 por Chuck Jones para os estúdios Warner Bros. Um dos mais conhecidos Looney Tunes, são baseados em animais reais nativos dos desertos do sudoeste americano, o galo-corredor e o coiote.
O Coiote também apareceu em outros desenhos contra Bugs Bunny (br: Pernalonga) e um cão pastor chamado Sam. Levou a inspiração no personagem Cactus Jack filme de faroeste interpretado pelo Kirk Douglas.
Em um deserto cheio de rodovias, o faminto Coiote sempre tenta capturar o Papa-Léguas, encomendando produtos ACME, uma empresa fictícia que fabrica de tudo.
O Papa-Léguas passa todos os episódios a ludibriar as tentativas do Coiote em capturá-lo. Contando com astúcia, velocidade ou uma sorte absurda, o Papa-Léguas sempre escapa ileso de todas as artimanhas altamente criativas de seu arqui-inimigo, porque este sempre acaba pego por sua própria armadilha. O mais inusitado é que a simpatia do público fica sempre com o predador frustrado.
Os desenhos não tem diálogos, excluindo pelo "bip-bip" do Papa-Léguas e ocasionais placas escritas (geralmente usadas pelo Coiote para falar com a platéia).




O papa-léguas de verdade vive nos desertos dos Estados Unidos, especialmente na Califórnia. Seu nome científico é Geococcyx californianus. Ele pertence a uma família de aves de aspecto curioso chamada cuckoo, que só tem outro integrante, o Geococyx velox. Conhecido entre os americanos como roadrunner ("corredor das estradas"), o papa-léguas mede cerca de 50 centímetros, tem pernas longas, plumagem marrom-oliva e branca e uma longa cauda escura. Na aridez do deserto, ele encontra sustento alimentando-se de insetos, lagartos, escorpiões e serpentes venenosas. Apesar de ser capaz de voar, ele passa a maior parte do tempo no chão. Isso acontece porque o bichão tem um vôo pra lá de desengonçado e bem pouco funcional. Para compensar essa falta de habilidade aérea, o papa-léguas é muito ágil com as pernas, chegando a correr a até 30 km/h. Para atingir essa velocidade, ele mantém a cabeça e a cauda alinhadas com o corpo e paralelas ao chão. Adivinha por que ele corre tanto? Se você é fã do desenho, deve ter acertado: o papa-léguas dá esse gás todo para escapar das perseguições do coiote, uma espécie de lobo americano encontrado do Alasca até a América Central. Além dos coiotes, outros bichos também adoram almoçar o papa-léguas como prato principal. Entre esses comilões destacam-se os falcões, corvos, guaxinins e cobras.


O COIOTE

O coiote é um mamífero integrante do grupo familiar do cachorro, ou seja, dos canídeos, do qual também fazem parte os lobos e as raposas, e pertencente ao Gênero dos Canis. Normalmente eles são encontrados sozinhos, mas eventualmente eles podem se agrupar em matilhas. O termo ‘coiote’ provém do idioma Nahuatl, do ramo linguístico asteca. Os coiotes vivem apenas na América do Norte e na Central, mais especificamente no Leste do Alasca, na região ocidental do Canadá, em grande parte do oeste dos EUA e da América Central. Estes animais não têm dificuldade alguma de se acomodar em um determinado ambiente. Eles são encontrados particularmente nos desertos, nasflorestas, montanhas, planícies e regiões de clima tropical.
Sua dieta é essencialmente à base de carne. Os coiotes têm preferência por coelhos, veados, alces, pássaros, cobras, lagartos, peixes, ovelhas, bezerros e todo tipo de carniça com que se deparam. Isto não significa que, de vez em quando, eles não comam igualmente determinadas frutas e gramas.
Em contato mais próximo com o Homem os coiotes se nutrem de ratos normalmente encontrados nos lixos. Sua tendência para a adaptabilidade influencia na sua sobrevivência, pois em qualquer época do ano, independente da estação climática, eles têm maior facilidade para achar a caça. Em geral eles vivem por volta de 6 anos.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

GERALDO VANDRÉ - PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES...



Geraldo Vandré, foi um nome artístico utilizado por Geraldo Pedroso de Araújo Dias Vandregísilo (João Pessoa, 12 de setembro de1935) até 1968 e pelo qual continua sendo conhecido até a atualidade. Atualmente Geraldo é um advogado, cantor e compositorbrasileiro. Seu sobrenome é uma abreviatura do sobrenome do seu pai, José Vandregísilo, de quem ele herdou o sobrenome abreviado para Vandré. Foi o primeiro filho do casal José Vandregísilo e Marta. O nome artístico Vandré é uma abreviatura do segundo nome do pai.
Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1951, tendo ingressado na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pela qual se formou em 1961. Militante estudantil, participou ativamente do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Conheceu Carlos Lyra, que se tornou seu parceiro em músicas como "Quem Quiser Encontrar o Amor" e "Aruanda", gravadas por Lyra. Gravou seu primeiro LP, "Geraldo Vandré", em1964, com as músicas "Fica Mal com Deus" e "Menino das Laranjas", entre outras.
Em 1966, chegou à final do Festival de Música Popular Brasileira da TV Record com o sucesso Disparada, interpretado por Jair Rodrigues. A canção arrebatou o primeiro lugar ao lado de A Banda, de Chico Buarque.
Em 1968, participou do III Festival Internacional da Canção com Pra não Dizer que não Falei das Flores ou Caminhando. A composição se tornou um hino de resistência do movimento civil e estudantil que fazia oposição à ditadura militar durante o governo militar, e foi censurada. O Refrão "Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora, / Não espera acontecer" foi interpretado como uma chamada à luta armada contra os ditadores. No festival a música ficou em segundo lugar, perdendo para Sabiá, de Chico Buarque e Tom Jobim. A música Sabiá foi vaiada pelas pessoas presentes no festival, exigindo que o prêmio viesse a ser da música de Geraldo Vandré.
Simone foi a primeira artista a cantar Pra não dizer que não falei de flores após do fim da censura.
Hoje Geraldo Vandré reside na cidade de Imbituba, no litoral sul de Santa Catarina. Em 2010 concedeu uma polêmica entrevista a Geneton Moraes Neto, criticando o cenário cultural brasileiro desde os anos 1970 e afirma que seu afastamento da música popular não foi causado pela perseguição sofrida pela ditadura militar.


Vandré iniciou carreira musical nos anos 60, tornando-se famoso, pelas suas músicas que se tornaram ícones da oposição ao regime militar de 1964, como "Porta Estandarte", "Aroeira" e "Para não dizer que não falei das flores".
pós o exílio, V demonstrou ter mudado de opinião política, deixando de criticar o regime vigente no Brasil à época, e expressando simpatia as Forças Armadas. Logo após o Retorno ao Brasil, Vandré compôs a canção "Fabiana", em homenagem à Força Aérea Brasileira.
O sucesso maior veio com "Disparada", vencedora junto com A Banda de Chico Buarque do Festival da Canção da TV Record em 1966. Ao saber que sua música havia ganhado Chico Buarque, solicitou que "A Banda" dividisse o primeiro lugar com "Disparada", história desconhecida até 2003 quando Zuza Homem de Mello, lançou seu livro "A era dos Festivais - Uma Parábola". Neste livro ele revela que Chico Buarque ao saber que sua música havia ganhado, não concordou com o resultado, pois considerava "Disparada" melhor e não aceitaria o prêmio, a situação foi resolvida quando foi informado que ele e Geraldo Vandré dividiriam o prêmio. Em 1968 ao defender "Pra não dizer que não falei das flores" no "Festival de Música Popular Brasileira" criou um dos hinos da resistência ao regime militar que ficou conhecido pela primeira palavra: "Caminhando". Além de estar em uma nova situação envolvendo ele e Chico Buarque. "Sabiá" de Tom jobim e Chico Buarque foi declarada vencedora, mas o público se revoltou, pois queriam "Pra não dizer que não falei das flores" como vencedora, mas música havia ficado em segundo lugar, enquanto se apresentavam Cynara e Cybele ao lado de Tom Jobim e Chico Buarque foram vaiados durante a apresentação como música campeã. Este se tornou um dos momento mais emblemáticos da história dos festivais.
Geraldo Vandré abandonou a vida pública e se afastou do mundo artístico, atuando como advogado. Tal afastamento foi alvo de inúmeros boatos que vinculavam sua suposta descrença na esquerda, sua mudança ideológica e seu abandono da vida artistica a supostos atos de tortura que teriam sido infligidos a Vandré pelo governo militar. O próprio Vandré na entrevista de 2000 afirmou ter se exilado por vontade própria, e disse ter abandonado a carreira artistica devido ao fato de que a imagem de "Che Guevara Cantor", pregada nele pela esquerda, abafa sua obra.
A personalidade reservada de Vandré permitiu que se reproduzissem duas lendas. A primeira, mais difundida, a de que fora preso, torturado, castrado e, consequentemente enlouquecido. A segunda, de que fizera acordo com os órgãos de repressão na sua volta e, para tanto compusera "Fabiana".
Ambas as histórias foram desmentidas por Vandré, que negou que fora preso e alegou que simplesmente abandonara o país por vontade própria devido a insatisfação com o clima político. Ao retornar em 1973 gravou entrevista declarando que só faria canções de amor o que gerou o boato, também por ele refutado de que teria feito um acordo com os militares para permitir seu retorno.

Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores 



Geraldo Vandré

Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora...Não espera acontecer.